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4 Regras para Entender o ‘this’ no JavaScript

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Douglas Matoso
Atualizado em 07/09/2017
Leitura: 5 min.

Um dos aspectos mais importantes da linguagem JavaScript, e um dos mais incompreendidos, é a palavra-chave this. Neste post vou mostrar que this não é nenhum bicho de sete cabeças, e o valor dele é definido por 4 regras.

WFT is ‘this’?

this aponta para o contexto onde uma função está sendo executada. Seu valor dentro de uma função depende de como a função foi invocada. Em uma mesma função, this pode ter diferentes valores, em diferentes momentos, dependendo da invocação.

Vamos ver as regras que determinam esse contexto.

1) Método de um objeto

Regra 1: Se a função é chamada como método de um objeto — isto é, chamada com notação de ponto — o valor de ‘this’ dentro da função é o que estiver antes do ponto.

Esta é a regra mais simples de entender e, para a noooossa alegria, é a que governa a maioria dos casos onde aparece o this. Veja o exemplo:

const player = {
  name: 'Cloud',
  sayName() {
    // Que valor 'this' tem aqui?
    // Temos que olhar o momento que a função é chamada.
    console.log(this.name)
  },
}

// Dentro da função 'sayName' o 'this' é o que está antes do ponto.
// Neste chamada será o 'player'.
player.sayName() // Cloud

2) bind, apply e call

Regra 2: Usando bind, apply e call, o valor de ‘this’ dentro da função é explicitamente setado no primeiro argumento.

Funções em JavaScript são tratadas como objeto (ô, dó), isto é, podem ser passadas como parâmetro para outra função, ser atribuídas a variáveis e possuir seus próprios atributos e métodos. Por isso é dito que em JS, funções são first-class citizens — cidadãos de primeira classe (sim, este é o termo).

Dentre os métodos que qualquer função possui, três deles permitem manipular o this e burlar a regra 1, que são o bind, apply e call.

bind: cria uma nova função fixando o valor do this, independente de como a função é invocada.

const player = {
  name: 'Cloud',
}

const enemy = {
  name: 'Sephirot',
}

// Função declarada global.
// Se chamar direto, o 'this' seria 'global' ou 'window'.
const sayName = function () {
  console.log(this.name)
}

// Usando 'bind' para criar novas funções que fazem a mesma coisa
// da função 'sayName', mas definindo o 'this' manualmente.
const sayPlayerName = sayName.bind(player)
const sayEnemyName = sayName.bind(enemy)

sayPlayerName() // Cloud
sayEnemyName() // Sephirot

call, apply: invoca a função, setando o this como primeiro argumento, e repassando os demais para a função invocada. A diferente entre as duas formas é que no call os demais argumentos são passados como argumentos separados, e no apply eles são passados como um array (fica mais claro no exemplo abaixo).

const player = {
  name: 'Cloud',
  hp: 100,
  mp: 0,
  printStatus() {
    console.log(`${this.name} tem ${this.hp} de HP e ${this.mp} de MP.`)
  },
}

// Função usa 'this', mas vamos setá-lo no momento da chamada.
const addHPMPToPlayer = function (hp, mp) {
  this.hp += hp
  this.mp += mp
  this.printStatus()
}

player.printStatus() // Cloud tem 100 de HP e 0 de MP.
// Setando o 'this' manualmente usando 'call'
addHPMPToPlayer.call(player, 50, 20) // Cloud tem 150 de HP e 20 de MP.
// Setando o 'this' manualmente usando 'apply'
// (a única diferença é a forma como passamos os demais argumentos)
addHPMPToPlayer.apply(player, [50, 20]) // Cloud tem 200 de HP e 40 de MP.

3) new

Regra 3: Se a função é chamada com ‘new’, o valor de ‘this’ é o novo objeto que está sendo criado.

Quando chamamos uma função usando a palavra-chave new, internamente um novo contexto é criado (basicamente um objeto vazio) e atribuído ao this. Ao final da invocação o this é retornado automaticamente.

// As linhas comentadas mostram o que o 'new' faz pra gente
const Player = function (name) {
  // const this = {}
  this.name = name
  this.hp = 1000
  this.mp = 0
  // return this
}

// Função chamada com 'new', portanto o 'this' será
// um objeto novo.
const cloud = new Player('Cloud')
console.log(cloud.name, cloud.hp, cloud.mp) // Cloud 1000 0

Usando class o construtor (método constructor) é invocado e o new faz a mesma coisa com o this.

// Usando 'class' o 'new' chama o construtor e faz a mesma coisa com o 'this'
class Player {
  constructor(name) {
    // const this = {}
    this.name = name
    this.hp = 1000
    this.mp = 0
    // return this
  }
}

const cloud = new Player('Cloud')
console.log(cloud.name, cloud.hp, cloud.mp) // Cloud 1000 0

4) Contexto global (default)

Regra 4: Se a chamada da função não se enquadra nas regras anteriores, o ‘this’ é o contexto global — ‘window’ no navegador ou ‘global’ no Node.js.

No exemplo abaixo a chamada não é feita como método de um objeto (regra 1), não é usado bind, call, apply (regra 2), nem é usado o new (regra 3). Portanto o this é o contexto global.

// Constante no objeto 'window'
window.playerName = 'Tidus'

const sayGlobalName = function () {
  console.log(this.playerName)
}

// A chamada abaixo não se enquadra a nenhuma das outras regras,
// portanto o 'this' na função é o objeto global
// ('window' no navegador ou 'global' no Node.js)
sayGlobalName() // Tidus

Arrow functions

Diferente de funções declaradas com function, as arrow functions não criam um novo contexto, mas sim utilizam o mesmo contexto (o mesmo this) da função onde ela é declarada (função pai).

const player = {
  name: 'Cloud',
  weapon: 'Fusion Sword',
  sayNameAndAttack() {
    console.log(this.name)

    // Uma 'arrow function'!
    // O 'this' dentro dela vai ser o mesmo que aqui fora
    window.setTimeout(() => {
      console.log(`${this.name} ataca com a ${this.weapon}`)
    }, 1000)
  },
}

player.sayNameAndAttack()
// Cloud
// Cloud ataca com a Fusion Sword

É isso aí! Espero que tenha ajudado.

Referências

Tags: javascript

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